quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não te vejo.

Não te vejo, estás longe. Não vejo o teu sorriso, as covinhas do teu rosto, o teu olhar tímido e malandro, o teu andar elegante e perdido… a tua figura, que nas mais belas ruas já faz parte da paisagem.
Deixei-te, ficaste longe de mim e no meio de tudo comecei a perder-te nos meus pensamentos. Agora não subo escadarias contigo, ou passo nas barreiras do metro, não foges da minha objectiva e não me… Estás longe, tão longe… mas quando penso que não podias estar mais distante alguém diz: “Sim, ele deixou o recado com…” e no fim da frase… o teu nome, “saio” do meu estudo, invades a minha cabeça como um vírus. O teu nome acorda-me e não me vai deixar concentrar. Como é que te tornas-te em algo concreto no meu meio, algo certo, que familiaridade é esta agora com os meus? Porque surge assim o teu nome, com tanta naturalidade, como se sempre lá estivesses? Mas não estás, estás longe. E eu, eu fujo de ti, fujo em Fevereiro, que seria nosso, fujo em Agosto que seria teu. E não sei, longe dos teus olhos, não sei se os teus olhos são ainda meus, se os meus são ainda teus.
Quero escrever, mas não sobre ti. Quero ver-te, estar contigo. Andar de mão dada, as nossas luvas, aquele frio… Imagino-te a chegares a casa, como quando te vi pela última vez, vinhas da biblioteca e disse-te:”adeus…….”.

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