Observo o alpendre, as minhas roupas cinzentas e desbotadas, a noite que me rodeia. Sei-o, tomo consciência que nada pode ser como antes. A luz da lua ilumina o que antes não via.
Lentamente, sozinha como um rio num deserto de emoções, cai a lágrima que derramei, vermelha, fria, escura e morta, naquele momento em que tomo consciência do que perdi, da vida que deixei, e não, não a deixei porque quis, não...
Afasto-me, afasto-me do que me tornava humano, do amor que tinha em vida e desapareço, caminho agora numa calçada cinza escura, feita de rectângulos regulares, todos iguais, todos frios, a neve acumula-se nos beirais da ponte que passo, as crianças trazem balões, as senhoras discutem as novidades, perco-me na montra de um alfarrabista. Escolho uma vítima, subo com ela as escadas, quando desço cruzo-me... contigo.
Sou frio, estranho, perigoso, mas tenho medo de ti. Do teu poder, do que trazes para a minha vida sem emoções. Perdido no meio do meu raciocínio lógico e metódico, enlouqueço por tua causa. Não percebes? Não é suposto eu sentir, não é suposto eu dar-te importância, por isso, não encares isso de uma forma leve.
1 comentário:
:D
Um dia abrimos um bar chamado Fangtasia. Hoje é o dia! lol
Enviar um comentário