quinta-feira, 8 de julho de 2010

não sei

Quando estavam todos felizes e tocados de demasiado vinho, deixo a festa para trás, para andar sozinho com os meus pensamentos e a minha mente retorcida nesta noite quente, mas ali está ele, e ele anda como… mas por um segundo parece-me que tenho um relance do verdadeiro ele por detrás de tudo o resto, é quente e frágil, com um sorriso que lhe chega aos olhos, e neste momento… uma mudança tão sublime. E se ele olhasse bem para dentro dos meus olhos, e suavemente me pedisse, eu estaria na sua cama e na sua carne e perderia a vida que tenho, portanto seguro a minha respiração, fecho os meus olhos e concentro-me no vinho, deixo este momento passar para poder dizer boa noite. Mas então, num impulso, quase toquei na sua cara, antes de afastar a mão. E ficámos nervosos, rimos e ele entornou o seu vinho, ambos embarassados com o que estava nos nossos pensamentos. E talvez seja do vinho, do algo nos seus olhos, eu quero o apenas desta vez, apenas desta vez. Se ele me pedisse suavemente e me olhasse nos olhos, eu estaria na sua cama e na sua carne, e perderia a vida que tenho. E se olhasse nos olhos dele, e suavemente lhe pedisse, ele entregava-se, e à sua carne e estragaria a vida que tem, então sustivemos a nossa respiração, fechamos os nossos olhos e tomamos um golo de vinho, mas a sede tirou-nos todo e devíamos dizer boa noite, ajuda-me a dizer boa noite.

2 comentários:

Luna disse...

Gostei muito do texto...
:)

Vemi disse...

Às vezes a vontade de arriscar e saltar para o abismo é simplesmente incontrolável...só para sentir o ar na cara e a velocidade alucinante.