Num desligado desprender de rotina, quando procurava no mundo por ti, agarrado ao destino, encontrei-te.
Num infinito de dias, de minutos e de horas econtrei-te, encontraste-me. Num momento preciso. Num local preciso.
E prendemo-nos. A uma possibilidade, a uma cumplicidade.
Amarrado espero por aquela pálida manhã de Fevereiro com aquela neblina matinal. Vão parecer séculos. É sempre assim, apesar de não o mostrarem nos filmes, quando se espera pelo barco em que vens, em que vem a pessoa de alguém, esse alguém espera, e ansioso fica a ver o barco chegar, atracar, e a neblina com o tempo desaparece e fica um belo dia de Fevereiro. E enquanto os turistas saem e se perdem por Lisboa, sais também. E é estranho.
Tão estranho. Abraçamo-nos. Já sabemos o que existe, esse dia. O nosso belo dia em Fevereiro.
E nunca o sol brilhou tanto em Fevereiro e nunca a chuva caiu tão forte. Nunca a Praça do Comércio esteve tão amarela, nunca sorri tanto, nunca esqueci tanto o mundo.
O dia de Fevereiro precederá o dia seguinte, num outro mês. Nesse mês a Praça do Comércio não estará tão amarela, será mais estranho que em Fevereiro. Precisará cair mais chuva e fazer mais sol. Arriscaremos mais. Mas, e se nos decidirmos em Fevereiro? Se assim for a praça manterá a cor, mas nos entre-dias ficarei atracado num porto Lisboeta, de sonhos e de fado.
Falta tanto para se acabarem os dias.
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