terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Casa de Espelhos

Escutava e via, corria, ria, emocionava-me, crescia, caía, partia para outra.

Na Casa dos Espelhos via-me, via-me e via-os, a mim e a eles, a eles e a mim, a eles, a eles, a eles, a eles…, e só eles importavam, só eles, as pessoas, os amigos, os companheiros, os conhecidos, os amigos, os amigos…

Na Casa dos Espelhos entravam outros, e eu via-os e eles estavam lá, e por lá continuavam, e por lá eu os continuava a ver, e via também os amigos, e ouvia, e falava, e falava, e ouvia.

Na Casa dos Espelhos deixei de os ver, mas via outros, e esses também falavam, falavam e abafavam os outros, e dos outros que antes ouvia e via, deixei de ver, e passei a ouvir, a ouvir, a ouvir o eco, longe, abafado, o eco, e chorava pelo eco, e o eco ia-se, e fiquei eu, o eco e eu, eu e só eu, eu e os novos, os novos e eu.

E com os novos me rio, e corro, e caio, e emociono-me.

Mas agora sinto falta dos antigos… Sinto a vossa falta e não vos consigo ver!

Merda!

3 comentários:

Vemi disse...

Quando encontramos novas pessoas, pessoas com quem nos sentimos bem, com quem queremos estar mais e mais tempo, temos sempre a tendência de deixar para trás os amigos de sempre.
Alguns ficam mesmo pelo caminho...ms os Amigos, aqueles, ficam sempre. Seja à distância de um telefonema, de um mail ou na porta ao lado, eles estão lá à tua espera.

Anónimo disse...

os espelhos são frágeis... dizem que dá azar partílos...
[será que sim?]
mas quanto azar dará partilos para não estarmos reduzidos a uma casa para... eles???

Anónimo disse...

Quando vi o titulo pensei num filme de Terror, nao sei porquê...
lol
O que tinha para te dizer disse no messenger :P